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Foto do escritorJéssica Reis

Dia nacional da consciência negra

Na matéria de hoje, o tema será o dia nacional da consciência negra, comemorado no dia 20 de Novembro, através de publicação(ões) feita(s) sobre o tema, que pode(em) ser lida(s) na íntegra ao final dessa matéria. A Pascom deseja a participação ativa dos paroquianos da família Bom Pastor. Tem alguma dica de tema a ser publicado? Entre em contato conosco pelo WhatsApp (31)988363193. Testemunhos, divulgação de atividades de pastorais também são bem vindos!



Neste dia 20 de Novembro a nação brasileira celebra o Dia Nacional da Consciência Negra. É celebração porque a memória desta data é fruto da luta do povo negro que a compreende como significativa devido a morte do grande líder negro Zumbi dos Palmares. Os afro-brasileiros somam, segundos dados do IBGE, mais da metade da população brasileira. É sabido da contribuição significativa dada por este povo na construção e na identidade deste país. Foi uma contribuição marcada pelo sofrimento porque a chegada dos antepassados nestas terras não aconteceu por livre vontade, mas caracterizada pelo flagelo da escravidão. A escravidão passou e ficaram as suas marcas.


No período pós abolição o Estado brasileiro não se esmerou em nenhuma forma de reparação.  Os negros saíram da escravidão sem as mínimas condições de existência digna. Denunciar este pecado histórico não é vitimar, mas consciência da dívida que a nação tem para com o povo negro. Com esta consciência histórica é celebrado o vinte de Novembro, Dia da Consciência Negra.


Alegremo-nos com as muitas conquistas do povo negro, fruto da luta e articulação social. Elas estão presentes no sistema de cotas; na presença dos jovens negros nas universidades públicas; no sistema de saúde que compreende as enfermidades próprias da genética negra, atuando na prevenção e no tratamento; no reconhecimento da cultura de origem afro brasileira como patrimônio do país; na obrigatoriedade do ensino da história e cultura africana nas unidades de ensino, dentre outras conquistas. Sabemos que não vieram gratuitamente. São fruto da luta, articulação política e diálogo com a sociedade.


Atualmente as conquistas têm sido ofuscadas por sombras [...]. É dolorido saber que o racismo é disseminado sem nenhum subterfúgio, como se não soubessem que tal racismo é responsável não só pelo sofrimento existencial, mas pelo impedimento dos negros acessarem seus direitos. O racismo gera violência e os dados asseguram o aumento da mortalidade, sobretudo dos jovens negros. Também se manifesta na intolerância em relação às manifestações religiosas de matriz africana. É resultado de um processo pernicioso onde a escravidão dos corpos escravizou as mentes e insiste em escravizar o futuro.


Não é possível que isto continue. Enquanto Igreja denunciamos a prática da discriminação e racismo em suas diferentes expressões, pois ofende no mais profundo a dignidade humana criada à imagem e semelhança de Deus (cf. DAp 533). Neste contexto de celebração, memória e reafirmação de compromissos a Igreja manifesta seu apoio irrestrito às lutas do povo negro e faz isso fiel a sua tradição de ser advogada da justiça e defensora dos pobres (cf. DAp 395).


Fiel ao mandato recebido de Jesus Cristo continua sua missão e se dispõe conhecer os valores culturais, a história e as tradições dos afro-americanos. Para tanto compreende que entrar em diálogo fraterno e respeitoso como eles é um passo importante na missão evangelizadora (cf. DAp 532). Que Nossa Senhora Aparecida, nossa mãe negra, continue cuidando de todos nós e fazendo-nos solidários e atenciosos à luta do povo negro!


Publicação: Jéssica Reis

Pascom - Paróquia do Bom Pastor.


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